O Brasil precisa respeitar e conviver com a diversidade religiosa. O preconceito e a intolerância religiosa existem e precisam ser combatidos com ações afirmativas e políticas públicas. A afirmação é do subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Perly Cipriano, ao participar do Seminário "Centenário da Umbanda: Matriz Religiosa Brasileira", na Comissão de Direitos Humanos da Câmara. De acordo com o secretário, o governo Lula estuda a criação do Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, que entre outras ações, prevê que todas as escolas do País trabalhem o tema em sala de aula para educar os jovens brasileiros sobre o tema.
Perly fez um balanço sobre os principais desafios em torno do assunto e disse que o Brasil já conseguiu avançar bastante no esclarecimento da população sobre a importância cultural de todas as religiões do País, especialmente da Umbanda.
O presidente do Conselho Nacional da Umbanda do Brasil, Sílvio Garcez, reclamou da discriminação que existe em torno das religiões afros. "Não existe religiões ruins. Todas são boas, todas alimentam a alma daqueles que as buscam. Garcez pediu apoio do parlamento brasileiro em torno do tema e disse que é muito difícil lidar com o preconceito religioso. Presidiu o debate o deputado Luiz Couto (PT-PB).
Conquistas - O deputado Carlos Santana (PT-RJ), coordenador da Frente Parlamentar pela Igualdade Racial, disse que o ano de 2008 foi de muitas conquistas para o segmento afro-brasileiro. O petista destacou a aprovação do Dia Nacional da Umbanda, comemorado no dia 15 de novembro; a aprovação do projeto que concedeu anistia pós morte a João Cândido, conhecido por liderar a chamada Revolta da Chibata, entre outras ações. "Esse foi o primeiro ano em que se conseguiu fazer algum evento em homenagem à Umbanba. Além disso, tivemos outros avanços importantes do ponto de vista da criação de políticas afirmativas. Ainda é pouco, mas já avançamos muito", afirmou. Ele lamentou que o Congresso ainda não tenha aprovado o Estatuto da Igualdade Racial.
A deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP) participou do seminário e ressaltou a importância de debates como este no âmbito do parlamento. "É importante que o legislativo trabalhe no sentido de valorizar a pluralidade e o respeito para com todas as manifestações religiosas e culturais que integram o conjunto da nação". Ela lembrou ainda o ato ocorrido em Guarulhos, no dia 8/12, aniversário da cidade, quando foi inaugurada placa que registra o local onde existia a antiga igreja de Nossa Senhora dos Homens Pretos, que durante muito tempo congregou mulheres e homens negros para suas celebrações.
Fonte: www.palmares.gov.br
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