SALVADOR - A presença do prefeito João Henrique na Lavagem do Bonfim - festa religiosa mais popular da Bahia - foi marcada por protestos. Alguns manifestantes fizeram críticas ao aumento da passagem de ônibus da capital e à gestão do prefeito. No meio da confusão e do empurra-empurra, foi disparado um tiro. Mais de um milhão de pessoas participavam da festa.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, a confusão envolveu seguranças da assistência militar do Palácio Thomé de Souza e pessoas ligadas a partidos políticos. Em nota, afirma que "o prefeito lamentou o episódio numa festa protagonizada pela paz".
Ainda de acordo com a assessoria, no momento em que João Henrique deixava o cortejo, um segurança foi agredido e revidou. Durante o tumulto, um policial civil disparou um tiro para o alto.
Tradição e religiosidade na festa mais popular da Bahia
Adeptos de várias religiões, principalmente católicos e seguidores do candomblé se reuniram em devoção ao Santo. Como parte do ritual, baianos e turistas fazem, todos os anos, um percurso de oito quilômetros que, nesta quinta-feira, foi sob um calor de 30 graus, em uma manifestação de fé e agradecimento até a Igreja do Bonfim.
Diferentemente dos outros anos, que a janela central da igreja do Senhor do Bonfim fica fechada, este ano ela foi aberta para que os fiéis recebessem a benção de um padre.
O primeiro passo antes de a festa da lavagem começar é a preparação das baianas. Ainda em casa, a Emília Bittencourt preparou o banho de cheiro, usado para purificar e atrair boas energias. Ervas como arruda e manjericão são amassadas e misturadas à água e, por último, entram a essência de alfazema e as flores. Em seguida, é hora de vestir as nove peças do traje de baiana. E dona Emília não abre mão de nenhum detalhe.
- É um dia que você perde, mas é um dia gratificante. É uma tradição, é uma coisa que vem de séculos - diz.
E quando finalmente está pronta para a lavagem do Bonfim, dona Emília se junta às outras baianas na frente da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia. É o momento em que o candomblé presta homenagem a Oxalá, que, no sincretismo religioso, é representado pelo Senhor do Bonfim.
Fonte: http://oglobo.globo.com