Uma cartilha com orientações sobre o combate à intolerância religiosa é uma iniciativa de um grupo de várias religiões que prega o respeito entra as correntes de fé. O objetivo é evitar confusões como a que houve entre um pastor de uma igreja evangélica e um seguidor do candomblé.
Os adeptos do candomblé vieram vestidos a caráter para pedir apoio ao babalaô Ivanir dos Santos. O filho-de-santo Cosme Luiz da Silva diz que foi desrespeitado por um pastor evangélico quando fazia uma cerimônia religiosa em uma rua de Paciência, na Zona Oeste da cidade.
Cosme filmou a discussão com o pastor Romildo e fotografou a oferenda que teria sido quebrada. O caso foi parar na polícia.
“Nós ficamos parados. O pastor atravessou a rua, pegou as garrafas que tinham na oferenda, jogou fora, virou a oferenda, pisou em cima e saiu falando: ‘Está repreendido em nome de Jesus, eu sou um servo de Deus’”, conta Cosme.
A delegacia fez o registro e vai apurar o caso. Pelo telefone, a equipe do RJTV conversou com o pastor da igreja evangélica Cristo Rio de Vida. “Cheguei para ele e falei para ele não colocar o trabalho em frente à igreja. De manhã, fica fedendo. Não destruímos a oferenda. Só tiramos dali e a jogamos para o outro lado”, argumenta o pastor.
A intolerância religiosa é crime, mas dificilmente é punida. Segundo os líderes espirituais, as vítimas não denunciam e a polícia quase sempre está despreparada para fazer a ocorrência. Por isso na quarta-feira aqui no rio vai ser lançado um guia para ajudar aqueles que defendem a liberdade de cada um ter a religião que quiser.
“Ele vai orientar os policiais, as delegacias, os agentes de polícia com relação a assuntos religiosos, para quando acontecer um fato como esse, eles saberem que medida deve ser tomada. Vamos orientar nesse aspecto, de como se faz um registro policial, como é que costuma fazer um advogado, como se faz um inquérito, até chegar ao Judiciário”, explica o babalaô do camdomblé Ivanir dos Santos.
O pastor Romildo Nunes da Silva afirmou que não tem nada contra outras religiões e que defende a liberdade religiosa, mas acha que colocar oferendas próximas a igrejas também seria uma forma de desrespeito.
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