Um pedido contra a intolerância religiosa e pela paz vestiu de branco as ruas do Engenho Velho da Federação. Neste sábado, 15, à tarde, cerca de cem pessoas percorreram as ruas do bairro, a Garibaldi e a Vasco da Gama para lembrar à sociedade a necessidade da boa convivência entre todos. “Cultuar é um direito de todos. No mundo de hoje, não era mais para estarmos pedindo para respeitarem a nossa religião”, reivindica Valnízea Pereira, a mãe Val de Ayra, do Terreiro do Cobre.
A IV Caminhada pela Contra a Violência, a Intolerância Religiosa e Pela Paz marca a luta dos terreiros de candomblé contra as igrejas evangélicas no bairro. Valnízea conta a reivindicação surgiu quando evangélicos ficavam distribuindo panfletos nas portas dos terreiros e chamando as pessoas para não entrarem neles. “Desde então, já houve uma mudança. Agora eles (igreja evangélica) têm processos para responder, já há vitórias nossas na justiça”, avalia as mudanças a mãe de santo.
Já Hildete Sampaio, mãe Dete, do Terreiro Y Leáxe O Juire, diz que está é uma oportunidade do bairro mostrar que lá também existem pessoas de bem. “Esta caminhada é importante porque nosso bairro é visto como um dos piores de Salvador”, justifica Hildete. Para a mãe de santo é necessário mais policiamento e mais atenção das autoridades para diminuir a violência na região.
A possibilidade da caminhada realizada no bairro servir como exemplo para outras localidades de Salvador também é lembrada. Waldemar Oliveira, coordenador do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), ressalta que na Bahia não cabe nenhum tipo de preconceito religioso. “Nossa miscigenação religiosa não permite estas atitudes. Se este respeito vigorar nós viveremos em paz”, pondera Oliveira.
Fonte: www.atarde.com.br
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