terça-feira, 4 de novembro de 2008

Prefeito: Salvador respeita terreiros de Candomblé

João Henrique Carneiro

"Não tenho dúvidas em afirmar que a Prefeitura de Salvador, nos últimos três anos, empreendeu ações extremamente positivas, com o objetivo de tentar reparar a dívida histórica da sociedade em relação aos afrodescentestes. Sobretudo, em o povo de santo.
Numa iniciativa pioneira, foi instituído grupo para qualificar os profissionais da rede municipal de saúde para diagnosticar precocemente a anemina falciforme, orientando-os sobre como atender adequadamente aos portadores e seus familiares. Parceria com Terreiros de Candomblé levou ações de saúde pública como prevenção à dengue, leptospirose e outras endemias, respeitando os cultos afros, seu calendário litúrgico e visão do mundo. O Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI) capacita gestores para a promoção da igualdade racial e a formação de bancos de dados com o recorte racial nos diversos setores da administração pública.
Um Convênio entre a Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura, pretendeu integrar Salvador a projetos da Fundação como intercâmbios, sobretudo para a preservação de plantas sagradas para a religiosidade afro-brasileira. O convênio com a Fundação é responsável pela requalificação da área em torno do Parque São Bartolomeu e de intervenções de manutenção de 55 terreiros de candomblé da cidade. Trata-se de uma reivindicação de décadas dos praticantes do candomblé, na capital baiana, somente agora atendida.
Salvador foi pioneira também no ensino de disciplinas que abrangem a história, cultura e diversidade na Escola Pública. Moradores de comunidades negras e periféricas, consideradas quilombos urbanos, passaram a receber formação técnica para elaboração de projetos e gestão cultural.
Foi na atual gestão que aconteceu a criação do Fundo Municipal para o Desenvolvimento Humano e Inclusão Educacional de Mulheres Afrodescendentes (Fiema).
A Pesquisa de Mapeamento de Terreiros de Salvador demonstrou contribuições sociais dos terreiros, através da constatação da existência de uma série de políticas que visam a melhoria da qualidade de vida das populações que vivem no entorno dos terreiros de candomblé.

Foram catalogados 1.139 terreiros (incluindo a Ilha de Maré), sendo que a maioria concentrada no bairro de Plataforma (56), Paripe (39), Cajazeiras (38), Cosme de Farias (36) e Liberdade (33). O estudo revela que a liderança religiosa é exercida em sua maioria por mulheres, 61% contra 38,6% e que 60% dos terreiros pesquisados são da nação Ketu e 22% da nação Angola. Todas as informações estão disponíveis no site www.terreiros.ceao.ufba.br.
Atualmente estamos debruçados no mapeamento de empresários e empreendedores afro descendentes, focando suas dificuldades dentro do mercado empresarial. Pretendemos, com os dados em mãos, formar parcerias para ajudar no desenvolvimento dos negócios, na geração de emprego e renda.
Os terreiros de candomblé de Salvador - santuários do culto afro-brasileiro - foram oficialmente reconhecidos como patrimônio histórico e cultural de origem afro-brasileira através do Decreto nº 17.709, publicado na edição do dia 13 de novembro de 2007, do Diário Oficial do Município. O decreto contemplou 55 sítios urbanos, entre os quais a Casa Branca do Engenho Velho, o Gantois e o Ilê Axé Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro".

Fonte: Terra Magazine

Postado por Administrador às 11/04/2008

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