sexta-feira, 13 de novembro de 2009
sábado, 24 de outubro de 2009
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
sábado, 10 de outubro de 2009
Mãe Stella Recebe Título da UNEB
Nesta quinta, em cerimônia que começa às 9h30, no auditório da Uneb, no Cabula, a ialorixá Mãe Stella de Oxóssi vai receber o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual da Bahia (Uneb). Mãe Stella, uma das mais conhecidas sacerdotisas do candomblé baiano, festeja esta semana seus 70 anos de iniciação religiosa. O título da Uneb é mais uma honraria que vem se somar às conquistadas por Mãe Stella. Ela já foi agraciada com a Medalha Maria Quitéria, da Câmara Municipal de Salvador; a da Ordem do Cavaleiro, do governo da Bahia; comenda do Ministério da Cultura, além do título de Doutor Honoris Causa, da Ufba, concedido em 2005.
Fonte: www.bahianoticias.com.br
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Iphaep aprova o tombamento do Sítio Acais, solo sagrado da Jurema
O Conselho Deliberativo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba vivenciou, esta semana, um momento ímpar na sua história: a presença na sala de reuniões dos interessados no processo, a emoção dos conselheiros que avaliaram o parecer do relator Kleber Moreira, representante da APAN, e, ao final da sessão, os aplausos à decisão de aprovar, por unanimidade, o tombamento do Sítio Acais, localizado no município de Alhandra.
Na área, há décadas, a cultura indígena e afro brasileira - especialmente o ritual da jurema - vem resistindo à ação dos homens. “É a primeira vez que a Paraíba realiza um tombamento assim. É um momento histórico, com importância para todo o Brasil”, afirmou Damião Cavalcanti, diretor do IPHAEP. “Neste momento, o CONPEC presta homenagem às coisas mais antigas da humanidade: o espírito da religiosidade humana”.
Já o Pai Beto de Xangô, que é presidente da Federação Cultural Paraibana de Umbanda, Candomblé e Jurema, resumiu, em poucas palavras, o sentimento do grupo. “Não tenho muito o que falar, só que nossos antepassados agradecem este gesto e nós aproveitamos o momento para oferecer ao IPHAEP um presente sagrado: uma muda de jurema preta, muito mimosa, para ser plantada no jardim”, disse o líder espiritual, com os olhos marejados pelas lágrimas.
Em seguida, juremeiros e juremeiros fizeram uma louvação, com cânticos, palmas e o toque ritmado do tambor (ilú), que foi tocado por Netinho, 16 anos, há dois anos juremeiro e Filho de Pai de Santo. A cantoria terminou com uma toada de ensinamento, onde eles questionaram a necessidade de que haja o respeito a todas as crenças religiosas e evocaram os sentimentos de paz, amor, luz e proteção.
O local – O Sítio Acais está localizado a oeste do município de Alhandra, às margens da antiga estrada João Pessoa/Recife. No local, além da vegetação jurema preta, que é característica da manifestação religiosa afro-indígena, encontram-se sítios de mangueiras e jaqueiras. Possui uma casa grande, um coreto e, na parte mais alta da fazenda, a capela de São João Batista. Sua última proprietária foi Maria das Dores, neta de Maria do Acais. Atualmente, o cenário é de destruição e devastação da área, restando apenas a capela e o túmulo do mestre Fósculo.
A sessão - A reunião do CONPEC começou, como de praxe, às 14h30. Inicialmente foi discutida a questão de um imóvel em Sousa. Em seguida, os conselheiros avaliaram o pedido de tombamento do Sítio Açaís, cujos interessados são a Sociedade Yorubana Teológica de Cultura Afro Brasileira (RJ) e Federação Cultural Paraibana de Umbanda, Candomblé e Jurema (PB).
O relator do processo, Kleber Mendonça, da APAN, explicou todo o desenrolar do processo, começando pela visita que fez ao local, acompanhado de outros dois conselheiros – Carlos Azevedo e Raglan Gondim –, onde ficou decidido que o polígono de tombamento foi demarcado pelo GPS.
Logo depois, ele leu seu relatório, favorável ao tombamento, justificando: “Diante dessa exposição, considero que a medida é inadiável e aponta para um novo marco da política de proteção e preservação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba – IPHAEP, assegurando garantias legais de proteção e reconhecendo a importância de um território da religiosidade afro-indígena”. Colocado em votação, o tombamento de Acais foi aprovado por unanimidade.
Emoção - Vários dos conselheiros ressaltaram o ineditismo do tombamento e sua importância para a história do patrimônio estadual. A representante do IPHAEP, arquiteta Cristina Evelise, lembrou suas origens – ela nasceu em Angola, na época em que o pais ainda era colônia portuguesa – e a conselheira Rossana Honorato, destacou o tombamento “como um elemento que converge para a valorização da cultura, da identidade e da origem da História do Brasil”.
Mas, o momento de maior emoção aconteceu quando da fala do professor e antropólogo Carlos Azevedo, que tem assento no Conselho enquanto representante do IPHAEP. “O Sítio Acaís é um lugar de memória afro-indígena. E estava sendo depredado, desprezando-se uma história de muito sofrimento, que vem de Maria Acais”, explicou. Em seguida, Azevedo levou muitos juremeiros às lágrimas, ao destacar que, ainda muito jovem, esteve na Bahia e conheceu Jorge Amado, Pierre Vérger, Caribé e Mãe Menininha de Gantoais. “Se não fosse materialista, estaria com vocês”, disse ele, referindo-se diretamente ao Pai Beto de Xangô e seus seguidores. “Acredito em vocês, meus irmãos e minhas irmãs!”.
Fonte:www.clickpb.com.br
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Festa de candomblé na Bahia é exposta em fotos em Angola e na França
A festa Bembé do Mercado, que celebra anualmente, em Santo Amaro (BA), a abolição da escravatura no Brasil, é tema de uma exposição fotográfica na galeria JM arts, em Paris, a partir desta quinta-feira (24). O trabalho, de autoria do fotógrafo Edgar de Souza, também será levado para Angola, em novembro deste ano. Essa é uma festa tradicional do candomblé, que surgiu em 1889.
Segundo Souza, a mostra de imagens tem o objetivo de mostrar a integração de povos no Brasil, principalmente na Bahia. "A diversidade cultural do africano e também dos portugueses se faz mais aparente em terras baianas. O meu trabalho retrata os negros da Bahia batendo o candomblé e agradecendo a seus orixás."
A exposição conta com o apoio do Ministério da Cultura do Brasil, da Fundação Palmares, da L'Association Viva Madeleine, e de Valérie Anne Giscard d'Istaing, diretora do Photo 12.
Em 2009, o Bembé do Mercado celebrou os 121 anos da abolição da escravatura no Brasil. O evento sempre acontece em meio a atividades culturais, principalmente por ritos religiosos como o candomblé e apresentações musicais.
Segundo Rodrigo Veloso, secretário de cultura de Santo Amaro, a mãe dele, Dona Claudionor Veloso, conhecida como Dona Canô, 102 anos, foi uma das homenageadas na festa do Bembé do Mercado de 2009. Ela é uma das moradoras mais antigas da cidade.
A festa de Bembé (candomblé) completou em maio 120 anos e reuniu cerca de 30 terreiros com várias manifestações tradicionais, como o maculelê, capoeira e samba de roda.
Tradição
Segundo a historiadora e folclorista Zilda Paim, de 90 anos, Bembé é uma corruptela da palavra candomblé e que pela primeira vez se apresentou fora do terreiro, lugar sagrado para se fazer o ritual da seita.
Zilda disse que em todo o dia 13 de maio, logo ao amanhecer, os atabaques são batidos e os balaios era colocados como presente para Iemanjá.
Há uma lenda criada durante a primeira celebração do Bembé, em 1909. Uma praga teria sido lançada sobre a cidade de Santo Amaro. Quem impedisse a realização da festa, que passou a ser anual, sofreria um castigo exemplar dos deuses. Durante 120 anos, em apenas duas vezes a festa não foi celebrada.
Fonte: www.globo.com
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Pais e mães de santo lavam a rampa do Congresso Nacional
A manifestação foi pela tolerância à diversidade religiosa do país. Eles pediram a criação de políticas públicas para as comunidades de terreiro. Veja este e outros destaques do 3º bloco.
Fonte: www.globo.com
domingo, 9 de agosto de 2009
Fundação Palmares seleciona projetos de atividades culturais comemorativas do Dia Nacional da Consciência Negra
Fundação Cultural Palmares receberá até 14 de setembro de 2009 inscrições para a Seleção nº 1/09, tendo por objetivo a seleção de projetos de realização de atividades culturais durante o mês de novembro em comemoração do "Dia Nacional da Consciência Negra". Os projetos deverão trazer como tema e inspiração a Diáspora Africana no Brasil e o III Festival Mundial de Artes Negras e deverão prevêr atividades em teatro, dança, música, literatura, cinema, moda, artesanato, culinária, formação cultural, ou seminários com temas políticos e sociais voltados à questão negra e afrobrasileira. A seleção será feita em duas categorias, a saber: Projeto Individual, de produtores, professores, agentes culturais de uma maneira geral, que desenvolvam trabalhos voltados para a cultura negra e afrobrasileira; e Projeto de Entidades Privadas Sem Fins Lucrativos, de instituições privadas sem fins lucrativos de natureza cultural, consolidadas na atuação com a cultura negra e afrobrasileira, com, no mínimo, 3 anos de existência. Serão selecionados até 15 projetos, distribuídos regionalmente. Cada projeto selecionado na categoria Projeto Individual receberá o valor de até R$ 20 mil e cada projeto da categoria Projeto de Entidades Privadas, o valor de até R$ 40 mil. Para saber mais sobre a seleção, consulte as páginas da Fundação Cultural Palmares e do Ministério da Cultura sobre o assunto.
Leia Mais…sexta-feira, 3 de julho de 2009
Lei contra intolerância religiosa faz primeiras vítimas no Brasil
Um pastor no Rio de Janeiro foi preso sob acusação de discriminação contra a umbanda e contra o candomblé. A prisão temporária foi decretada pela 20ª Vara Criminal do Rio por incitação ao crime de intolerância religiosa, com base no artigo 20, da Lei Caó - que torna o crime de discriminação religiosa inafiançável e imprescritível. Ele foi preso juntamente com um membro de sua igreja, o jovem negro Afonso Henrique Alves Lobato, de 25 anos.
A prisão foi feita por ordem da delegada Hellen Rosemberg, que mandou cercar a Igreja Geração de Jesus Cristo durante a realização de um culto. Quando o culto terminou, os dois evangélicos foram presos.
Segundo a imprensa, o Pr. Tupirani da Hora Lores, de 43 anos, e Lobato são acusados de incitar o preconceito contra as religiões afro-brasileiras e de atacar publicamente a polícia e as Forças Armadas. A prisão foi efetuada com base em vídeo que Afonso postou na internet, onde de acordo com a imprensa ele faz afirmações como "centro espírita é lugar de invocação do diabo"; "todo pai de santo é homossexual"; "a Bíblia diz que (...) a adoração por imagens e esculturas é abominação, então eu repudio aquelas imagens também".[1]
"Todo centro espírita é lugar de invocação do Diabo", diz Lobato no vídeo. Além disso, ele faz comentários sobre a polícia: "Aqueles policiais militares ignorantes pensam que são autoridade, mas para a igreja não são autoridade".
Em entrevista ao jornal EXTRA, do grupo Globo, Tupirani declarou que sabia do vídeo elaborado pelo membro de sua igreja. Mas ele não quis interferir na divulgação do vídeo. Pelo contrário, o pastor defendeu Afonso Henrique dizendo que o jovem tinha o direito de se expressar livremente. Mais tarde, segundo a imprensa, a polícia descobriu que Tupirani também havia divulgado na internet um vídeo em que ele declara que não reconhece as leis humanas, mas só a Bíblia.
"Eu não respeito satanismo; se alguns vão chamar isso de religião, é problema deles", diz ele no vídeo.
- Esse tipo de atitude é um risco à democracia - disse o pai-de-santo Ivanir dos Santos, membro da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR). [2]
O delegado Henrique Pessoa, representante da Polícia Civil na CCIR, diz que as imagens obtidas na internet foram importantes no inquérito. "Eles produziram provas contra si mesmos. Sem isso, seria muito mais difícil provar a incitação ao crime", diz. "Foi uma vitória, porque em geral o incitador fica isento de qualquer punição". [3]
O delegado foi comunicado da existência do vídeo, que agora é a principal base da acusação, pela CCIR, composta também por adeptos do candomblé e da umbanda.
- A prisão dos dois acusados visa a garantir a ordem pública. Esses dois indivíduos estavam usando a internet para difundir suas idéias nefastas e incentivar a violência e a intolerância religiosa - disse o promotor Márcio José Nobre. [4]
O pai-de-santo Caio de Omulu, que diz que "os mais atingidos pela intolerância religiosa têm sido os umbandistas e as religiões afro-brasileiras", elogiou a atuação da CCIR e parabenizou os pais-de-santo Etiene Sales e José Carlos Godinho, que são membros atuantes da CCIR. [5]
Precedente perigoso contra os cristãos
Esse é o primeiro caso decisivo onde uma lei contra a "intolerância religiosa" faz vítimas no Brasil. Se condenados, o pastor e o jovem negro poderão passar entre dois e cinco anos na cadeia e terão de pagar multa, ainda podendo ser condenados civilmente a indenizar pais-de-santo.
Desde a esquerdista Folha de S. Paulo até a Globo - antiga "amiga" dos evangélicos - têm noticiado a prisão inédita. De acordo com a Folha de S. Paulo, o caso ganhou tanta atenção da mídia e do governo que, aproveitando a oportunidade, "a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa entregou ao presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Martin Uhomoibai, e à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial relatório que diz existir uma 'ditadura religiosa' promovida pelos neo-pentecostais no Brasil. O documento aponta a Igreja Universal do Reino de Deus como propagadora da intolerância religiosa no país, incitando a perseguição, o desrespeito e a 'demonização', especialmente da umbanda e do candomblé".[6]
O relatório entregue à ONU acusa de "racismo" a IURD e as igrejas evangélicas brasileiras que pregam contra as práticas e crenças da umbanda e do candomblé. Uhomoibai prometeu investigar as denúncias e lembrou que o governo Lula é exemplo no mundo inteiro pelas ações de combate ao racismo e à discriminação.[7]
Não é a primeira vez que a ONU recebe esse tipo de queixa do Brasil. Em 20 de abril de 2009, representantes do governo do Brasil estiveram presentes na conferência da ONU contra o racismo, em Genebra, na Suíça. Um dos palestrantes, o presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad, acusou, como sempre, Israel de "racismo". Em protesto, várias delegações se retiraram. A delegação do Brasil não se retirou - por respeito à amizade entre Ahmadinejad e Lula -, e um de seus membros, o pai-de-santo Ivanir dos Santos, acusou oficialmente os evangélicos do Brasil de "racismo". Ele disse na ONU:
"Um novo tipo de perseguição religiosa no Brasil, que tem como alvo os terreiros de candomblé e os praticantes de cultos africanos, em atos provocados por neo-pentecostais. O Brasil, diz ele, é o único país que mantém o culto trazido pelos escravos e essa prática tem de ser defendida".
Pastor é assassinado por pai-de-santo incorporado: Cadê a lei contra "intolerância" religiosa?
Claro que o pai-de-santo Ivanir ficou e ainda está de boca fechada com relação ao caso do pastor assassinado por um pai-de-santo. Em 20 de dezembro de 2008, foi assassinado no Rio Grande do Sul o Pr. Francisco de Paula Cunha de Miranda, de 47 anos. O pastor, que era negro (e não pode, nem depois de sua morte, ser acusado de "racismo"), estava no 33º dia de jejum de uma campanha de oração quando o pai-de-santo Júlio César Bonato, sob possessão da entidade "cultural" exu caveira, saiu do terreiro em pleno ritual para ir até o pastor.[8]
O pai-de-santo voltou a seu ritual com sua faca ritualística ensangüentada.
O pastor, que estava bem fraco devido ao longo jejum, foi morto a golpes de faca.
Se fosse o crime de um pai-de-santo assassinado por um pastor, a mídia brasileira e o governo Lula não parariam de fazer barulho. E o pai-de-santo Ivanir dos Santos estaria gritando na ONU, usando e abusando do "exemplo" do ódio dos evangélicos à "cultura" afro-brasileira.
Entretanto, esse não foi o caso, de modo que o governo Lula e a mídia dispensam o barulho. Aliás, eles optaram pelo abafamento. Até agora o caso do pastor negro não chegou à grande imprensa brasileira. E se algum dia chegar, darão um jeito de culpar a vítima, que está morta e não pode se defender.
Enquanto isso, facadas estatais e midiáticas atacam e silenciam toda tentativa de alerta cristão contra a séria ameaça da feitiçaria.
Ameaça aos testemunhos cristãos?
Pessoalmente, desaprovo e abomino o apoio da Igreja Universal ao aborto. Mas só porque tenho essa discordância não é justo eu concordar que os pais-de-santo apoiados pelo governo Lula estão certos em lançar a acusação de "racismo" contra a IURD.
Embora eu não concorde com os métodos de libertação da IURD, é inegável o fato de que aqueles que ali vão em busca de libertação e escolhem uma mudança de vida têm o direito de se desfazer de suas imagens e outros objetos do candomblé e umbanda. Eles também têm o direito de dizer o que foi a umbanda e o candomblé para eles, de dizer que a bruxaria mata e destrói e o que Jesus fez por eles.
Minha própria mãe, que foi liberta de suas atividades e escravidão na umbanda, destruiu todos os objetos da umbanda, entendo-os biblicamente como objetos de bruxaria. Ela fez exatamente o que os primeiros cristãos faziam:
"Então muitos dos que creram vinham e confessavam publicamente as coisas más que haviam feito. E muitos daqueles que praticavam feitiçaria ajuntaram os seus livros e os trouxeram para queimar diante de todos. Quando calcularam o preço dos livros queimados, o total chegou a cinqüenta mil moedas de prata." (Atos 19:18-19 NTLH)
Normalmente, a pessoa que tem um encontro com Jesus lê a Bíblia, onde se depara com as seguintes instruções:
"Não ofereçam os seus filhos em sacrifício, queimando-os no altar. Não deixem que no meio do povo haja adivinhos ou pessoas que tiram sortes; não tolerem feiticeiros, nem quem faz despachos, nem os que invocam os espíritos dos mortos. O SENHOR Deus detesta os que praticam essas coisas nojentas e por isso mesmo está expulsando da terra esses povos, enquanto vocês vão tomando posse dela." (Deuteronômio 18:10-12 NTLH)
Seguindo a orientação da Bíblia, a pessoa tem a liberdade de dar testemunho público de sua transformação e de se desfazer publicamente de seus objetos de bruxaria.
Embora as igrejas cristãs aceitem e sigam a condenação da Bíblia contra a bruxaria, pastores não incitam suas igrejas a matar pais-de-santo ou a invadir, sem nenhum consentimento e permissão, lugares de umbanda e candomblé para destruir objetos de invocação aos exus.
Vítimas da lei de "intolerância" religiosa usadas para abafar o caos da segurança pública no Rio?
O caso do pastor e do jovem negro ocorreu no Rio de Janeiro, onde o governador Sérgio Cabral se declarou publicamente a favor da descriminalização das drogas, aborto e homossexualismo. Seu estado é responsável por mais de 50% de todos os 50 mil assassinatos que ocorrem no Brasil a cada ano. São mais de 26 mil pessoas assassinadas por ano no Rio. Mesmo assim, Sérgio Cabral, que não enfrenta nenhum tipo de ameaça de prisão por defender a descriminalização das drogas, do aborto e do homossexualismo, não consegue prender a maioria dos criminosos que fazem milhares de vítimas todos os anos em seu estado. Mas ele consegue prender um pastor e um jovem negro.
O caso do pastor e do jovem negro deram uma vantagem importante ao governador do Rio. Com milhares de crimes ocupando a atenção e o medo da população do Rio, a repercussão das primeiras vítimas de "intolerância" religiosa ajudou os habitantes do Rio a se esquecerem, pelo menos por alguns dias, dos muitos reais assassinatos e estupros que ocorrem diariamente.
Se os supostos "crimes" de intolerância religiosa atraem tanto assim a atenção, talvez Cabral precise mandar prender mais alguns pastores para ajudar a disfarçar o caos da segurança pública no Rio. Não faltarão vítimas para prender, pois não há pastor que não creia que o candomblé e a umbanda sejam bruxaria, e não há pastor que não creia que os exus são demônios.
Não faltará muito para mais pastores serem presos, pois o Rio está avançando muito na proteção oficial às religiões afro-brasileiras. Recentemente, conforme alertou o Dr. Zenóbio Fonseca, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro aprovou 3 leis que transformam a Umbanda, o Candomblé e o Dia de Iemanjá como patrimônio e propriedade imaterial do Estado do Rio de Janeiro. O Dr. Fonseca explica as consequências:
- A Constituição Federal prevê no art. 216 que os bens de natureza imaterial constituem patrimônio cultural brasileiro e que os danos e ameaças a eles devem ser punidos na forma da lei, isto é, eles recebem a proteção direta do Estado. A transformação de entidades espirituais como os orixás e os caboclos em patrimônio e propriedade imaterial de início obriga o Estado do Rio de Janeiro a repassar dinheiro para divulgação e proteção dessa chamada "cultura religiosa" nas repartições públicas através das Secretarias de Cultura, Turismo, Educação, Segurança.[9]
Espetáculo versus Justiça
O caso de um pastor e um jovem evangélico negro, que não mataram nem violentaram nenhuma pessoa da umbanda e candomblé, está sendo usado pelos pais-de-santo para que a ONU intervenha no Brasil contra os evangélicos? Então use-se o caso do pastor que foi assassinado por um pai-de-santo e muitos outros casos de meninos estuprados, sacrificados e assassinados por pais-de-santo para pedir que a ONU tome medidas imediatas para fechar todos os lugares de umbanda e candomblé no Brasil. Só há um problema: a ultra-liberal ONU, que está implantando seu governo mundial com sua fiscalização em todas as áreas da vida humana, está sempre pronta para condenar os cristãos e Israel.
O único recurso dos acusados seria depender de uma imprensa imparcial - espécie que é inexistente no Brasil. Uma cobertura jornalística imparcial e objetiva expõe os dois lados de uma notícia. Onde os acusados encontrarão tal milagre no Brasil
Dentro do espírito de liberdade de expressão e livre pensamento, é necessário, por mais doloroso que seja, dar aos acusados a oportunidade de falarem, pois o que está em andamento contra eles é um linchamento estatal, moral e midiático. É um fato reconhecido que tanto o governo estadual (de Cabral) quanto o governo federal (de Lula) são fortemente abusivos em matéria de moral e bons costumes.
Se Tupirani e Lobato agiram mal, eles devem ser julgados sem o excesso de abuso, oportunismo e sensacionalismo de promotores, delegados e outras autoridades políticas. Deve haver espaço para julgamento, mas não para linchamento. Que eles sejam julgados pela Justiça, não por aproveitadores.
"Prendam todos os que desrespeitam a polícia e as Forças Armadas"
- Desta vez, será aberto um inquérito pelo crime de intolerância religiosa, previsto na Lei Caó. A pena varia de dois a cinco anos de reclusão. Vamos tentar pedir a prisão desse rapaz. No vídeo, ele demonstra que não tem qualquer respeito à lei e às autoridades constituídas. Pessoas assim são de extrema periculosidade - afirmou o delegado Henrique Pessoa.[10]
O delegado estava sem dúvida se referindo à opinião imprudente do jovem Afonso Henrique, que disse no vídeo: "Aqueles policiais militares ignorantes pensam que são autoridade, mas para a igreja não são autoridade".
Os policiais, junto com os militares, são responsáveis pela segurança da sociedade e da nação. Não dá para imaginar segurança social e nacional sem eles. Graças a eles, o Brasil escapou de uma sangrenta tirania comunista em 1964.
Há no Brasil excelentes policiais e militares. Além disso, há milhares de cristãos dedicados na polícia e nas Forças Armadas. Eles sofrem muito não só quando vêem um pastor generalizando ataques a eles, mas também quando têm de aturar o próprio presidente, juntamente com seu ministro da [in]Justiça, tentando transformar em criminosos os militares e policiais que salvaram o Brasil de terroristas assassinos e outros criminosos comunistas na década de 1960 e 1970.
Eles merecem recompensas e respeito por tudo o que fizeram, mas infelizmente sob FHC e agora sob Lula, quem recebe indenizações bilionárias - arcadas com o suor do bolso de quem paga impostos - são exatamente os que ameaçaram o Brasil e cometeram violências irracionais. Há insulto e ultraje maior à polícia e às Forças Armadas do que honrar aqueles que mataram policiais, soldados e inocentes cidadãos brasileiros?
É muito admirável o trabalho árduo da polícia e das Forças Armadas para combater a criminalidade comunista nas difíceis décadas de 1960 e 1970. Embora na esfera política eles tenham cometido erros, é inegável que na esfera criminal tanto a polícia quanto as Forças Armadas tiveram um papel exemplar e devem ser respeitadas por tudo o que fizeram para libertar o Brasil da ameaça comunista.
O pastor e o jovem negro imprudentes devem ser presos por desrespeito à polícia e às Forças Armadas? Joguem na mesma cela, por favor, outros implicados em ultrajes muito mais sérios às Forças Armadas, inclusive o Presidente Lula e sua equipe ministerial.
Acusar e prender pobres e ricos indistintamente, eis a questão
O pastor e o jovem negro imprudentes devem ser presos por desrespeito às religiões afros? O que deve ocorrer então aos que desrespeitam o Cristianismo? Quem é que vive chamando os cristãos de hipócritas?
Não conheço a versão do pastor e do jovem negro acusados. Até agora só tive acesso à versão da imprensa secular, com seu clássico jornalismo "objetivo e imparcial". Se eles passaram dos limites, precisamos ter o cuidado para não deixar o governo e a imprensa secular abusarem da situação para generalizar, classificando os valores afros como sagrados e intocáveis. Se eles agiram certo, Deus os honrará contra a truculência estatal e o linchamento midiático. Se não, eles serão envergonhados por suas próprias ações.
Seja como for, o pastor e o jovem negro não são os primeiros brasileiros a dizer bobagens. Aliás, gente que fala bobagem é o que não falta no Brasil, desde o presidente - que defende Fidel Castro, Mahmoud Ahmadinejad e Hugo Chavez como homens bons - até os pobres, que dizem que Lula é um homem bom só porque lhes dá o suborno da Bolsa Família. Por incrível que pareça, há até evangélicos que repetem como papagaios as bobagens de Frei Betto e Boff.
Quem pode então condenar o pastor Tupirani da Hora Lores, que aprovou a idéia de Afonso Henrique Lobato de postar na internet um vídeo contra os atos anti-bíblicos das religiões afros, os pais-de-santo e a polícia?
- Apoio a decisão de Afonso Henrique. A liberdade de expressão é um direito de todos. Não sou a favor das leis feitas no Congresso. Lei é a Bíblia. Ela eu defendo com unhas e dentes - comentou o pastor, antes da prisão.
As opiniões de Tupirani e Lobato são estranhas e muito radicais, mas o que acontecerá ao Brasil e ao seu presidente se prenderem todos os estranhos e radicais?
Apesar de tudo, a imprensa diz que o pastor havia alertado Afonso Henrique das consequências que poderiam surgir com a divulgação do vídeo:
- Eu perguntei ao Afonso Henrique: É isso que você vai colocar na internet? Está preparado para assumir as consequências?
O pastor Tupirani declarou que não tinha como impedir as atitudes dos membros que frequentam sua Igreja Geração de Jesus Cristo.
- Os membros da minha igreja não têm que seguir o que eu penso. Todos eles são responsáveis por seus atos - enfatizou o pastor.
Em vista da garantia constitucional de liberdade de expressão, o pastor achava difícil que Afonso Henrique fosse preso por causa de seu vídeo:
- Se ele for chamado para depor por causa desse vídeo, a polícia terá que ouvir também outros milhares de pessoas que colocam outros tipos de vídeos na internet. Estamos preparados para dar apoio jurídico a ele.[11]
O vídeo que, que acabou sendo usado para provocar a prisão sensacionalista de Afonso Henrique e seu pastor, está aqui: http://www.youtube.com/watch?v=QKwjd096b80
No vídeo, Afonso Henrique aparece explicando suas opiniões e atitudes contra as práticas anti-bíblicas das religiões afro-brasileiras, inclusive sua própria defesa contra o que a imprensa chamou de invasão dele a um centro espírita.
O site do Pr. Tupirani é este: http://ogritodameianoite.spaces.live.com
Para quem é afinal a lei e a liberdade de expressão da Constituição?
A Constituição brasileira garante liberdade de expressão. Por isso, seria justo prender o pastor e o jovem negro, e deixar de fora os que defendem o aborto e o homossexualismo?
A Constituição também estabelece que todos são iguais. O pastor e o jovem negro desrespeitaram a polícia e as Forças Armadas e devem ser presos? E o que fazer com Lula, Dilma Rousseff e outros que há décadas expressam piores insultos contra a polícia e as Forças Armadas?
É muito fácil expedir ordem de prisão para um pastor e um jovem negro que não são ricos, acusá-los de idéias nefastas e dizer que eles são "de extrema periculosidade". É muito fácil fazer um show e espetáculo em cima de quem é pobre. Mas quem terá a mesma coragem de expedir uma ordem de prisão para Lula, Dilma Rousseff e outros que são ricos? Quem irá acusá-los de idéias nefastas e dizer que eles são "de extrema periculosidade"?
Por mais estranho e repulsivo que pareça, é preciso também assegurar aos pobres, em seu próprio linguajar limitado, bruto e inculto, seu direito de livre expressão - mesmo que discordemos de todas as suas opiniões, estilos e idéias. Ou jogue-se a Constituição no lixo.
Ou então, fica agora decretado, por sua excelentíssima e imperial Paranóia politicamente correta, que todos os paranóicos politicamente corretos estão isentos da lei e da ordem. Aos infratores? A paranóica lei politicamente correta.
Cristãos na contramão do Estado-deus-pagão
Eu e a maioria dos cristãos que crêem em libertação espiritual não seguimos o estilo e os métodos do Pr. Tupirani e do jovem negro Henrique Afonso, mas todos nós seguimos e obedecemos aos mandamentos claros de Deus, que condenam explicitamente práticas de bruxaria. De que forma então o combate à intolerância religiosa fomentado pelo Estado poderá implicar em prejuízos para nós evangélicos e católicos?
Dois exemplos reais dão amostra do que está por vir:
No Rio, o pastor da Igreja Evangélica Assembléia de Deus Trabalhadores da Última Hora fez o que o governo, apesar de toda a carga de impostos que cobra, não faz: reabilitar um criminoso. O Pr. Isaías da Silva Andrade recebeu em sua igreja Rodrigo Carvalho Cruz, conhecido como "Tico", acusado como autor de roubo e da morte do turista italiano George Morassi, em novembro de 2007. Ali, Tico recebeu o Evangelho e aceitou Jesus.
Em seguida, o pastor aconselhou o criminoso arrependido a se entregar para a polícia. Na delegacia, o pastor, inocentemente, relatou: "Tico estava possuído por uma legião de demônios, como o Exu Caveira e o Zé Pilintra. Fizemos uma libertação nele e o convencemos a se entregar hoje". Por causa dessa declaração, o pastor, que é afro-descendente, caiu vítima da Lei Caó, sendo denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por prática de preconceito religioso contra as entidades do candomblé.
Fazendo aplicação do artigo 20 da Lei Caó, a promotora Márcia Teixeira Velasco fez questão de ser a autora da denúncia contra o pastor afro-descendente, expressando a opinião de que o candomblé e seus praticantes "foram atingidos diretamente com a declaração racista e discriminatória, eis que o denunciado vilipendiou entidades espirituais da matriz africana, com a espúria finalidade de proteção de autor de nefasto crime".
O caso, que está sendo acompanhado pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa e seus assessores pais-de-santo, foi o primeiro onde um pastor foi denunciado criminalmente por "discriminar" religiões afro-brasileiras como o candomblé. Se condenado, o pastor pode pegar de dois a cinco anos de cadeia.
Outro caso surpreendente envolveu o Pe. Jonas Abib, autor do livro, "Sim, Sim! Não, Não! Reflexões de Cura e Libertação", que adverte os leitores contra os perigos do ocultismo, inclusive as religiões afro-brasileiras. De acordo com o site do Pe. Abib, o livro já teve 81 reimpressões e vendeu mais de 400 mil exemplares. O site também diz:
"Pe. Jonas, assim como Paulo, ousadamente denuncia as obras das trevas, levando o leitor a se conscientizar sobre o controle da mente, a ioga, a astrologia, a magia e a evocação dos mortos, revelando a verdade sobre as obras das trevas, com as quais é preciso romper urgentemente".
Contudo, autoridades baianas confiscaram todos os livros do padre no estado da Bahia. O promotor público Almiro Sena acusou Abib de "fazer declarações falsas e discriminatórias sobre o espiritismo e sobre as religiões da África, como a umbanda e o candomblé, assim como incitação flagrante à destruição e desrespeito a seus objetos de culto".
Ele acrescentou que a violação é mais grave porque "a Constituição estadual [da Bahia] diz que é obrigação do Estado preservar e garantir a integridade, respeitabilidade e permanência dos valores das religiões afro-brasileiras".
O Pr. Isaías da Silva Andrade e o Pe. Jonas Abib nada mais fizeram do que conscientizar e ajudar pessoas debaixo da opressão e engano de práticas ocultistas. Eles nada mais fizeram do que viver o que a Bíblia prega.
Numa época em que o Estado procura se distanciar tanto dos valores cristãos, é de estranhar sua aproximação aos valores ocultistas. Onde está a tão proclamada separação de Estado e religião?
O preço do combate estatal à intolerância religiosa é a satanização das leis, onde o Estado sob possessão socialista sacralizará o que não é sagrado, trazendo como conseqüência direta a demonização do Cristianismo e seus valores, e a censura e perseguição aos cristãos.
O que fazer diante de tanta distorção?
Independente do fanatismo do Pr. Tupirani e do jovem Henrique Afonso, enquanto o Rio de Janeiro sofre assassinatos e crimes em massa, o governador Sérgio Cabral está preocupado em proteger demônios e seus lugares de adoração - sem mencionar sua preocupação com homossexualismo e aborto.
Enquanto o governo avança agressivamente, por meio de leis anti-discriminação, na proteção e sacralização das práticas e entidades espirituais das religiões afro-brasileiras, políticos evangélicos aliados de Lula como Marcelo Crivella e Manoel Ferreira afirmam, como eu mesmo os ouvi dizendo pessoalmente, que vão trabalhar para aprovar todas as leis anti-discriminação. O inferno lhes agradece!
Enquanto o caso de um pastor assassinado por um pai-de-santo incorporado clama por justiça, governo e mídia se aliam para sacralizar e proteger as próprias fontes do mal, aprovando leis ameaçadoras debaixo do nariz de deputados evangélicos.
Mesmo sabendo que a Bíblia deixa bem claro que práticas de bruxarias trazem graves maldições à sociedade, inclusive aumentando a criminalidade, nenhum pastor cheio do Espírito Santo mata pais-de-santo. Mas um pai-de-santo ou qualquer outra pessoa incorporada pode matar qualquer um, seja pastor ou não.
Milhares de ex-pais-de-santo dão testemunho de que Jesus salva, e não mata. Mas igualmente eles podem declarar que a bruxaria destrói e mata. Eles também têm o direito de alertar que nos terreiros de umbanda e candomblé casamentos são destruídos, vidas arruinadas, etc.
Eu próprio, que durante minha infância era frequentemente levado aos terreiros por minha mãe que trabalhava ativamente na umbanda, sou testemunha da destruição de suas práticas e demônios. Mas também sou testemunha da graça, amor e poder de Jesus, que foram muito abundantes em nossas vidas, trazendo libertação, cura, salvação e paz. Portanto, nem mesmo o governo Lula, em todo o seu atrevimento anticristão, tem o direito de tirar de pessoas como eu o direito de dizer a verdade sobre as religiões afro-brasileiras e sobre Jesus.
Enquanto mídia e governo são ousados para promover a "santidade" da bruxaria, é necessário que os cristãos sejam ousados para proclamar tudo o que Deus diz em Sua Palavra sobre a bruxaria e sobre o poder que Jesus Cristo tem para libertar a todos dessa escravidão.
Fonte:http://www.midiasemmascara.com.br
sábado, 27 de junho de 2009
Comissão vai à ONU acusar Universal de intolerância religiosa
A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa entregou ontem ao presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), Martin Uhomoibai, e à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial relatório que diz existir uma "ditadura religiosa" promovida pelos neopentecostais no Brasil.
O documento aponta a Igreja Universal do Reino de Deus como propagadora da intolerância religiosa no país, incitando a perseguição, o desrespeito e a "demonização", especialmente da umbanda e do candomblé.
O documento relata 15 casos atendidos pela comissão que se transformaram em 34 ações judiciais no Rio de Janeiro, além de três vítimas que vivem ameaçadas e outros 10 casos de intolerância religiosa em outros quatro Estados.
Há ainda um capítulo que trata do conflito entre neopentecostais e imprensa, que cita reportagem da Folha sobre o império econômico construído pela Igreja Universal. "A Igreja Universal do Reino de Deus, copiada por outras independentes, vem tentando intimidar a imprensa livre. Centenas de ações judiciais são movidas contra veículos de comunicação e profissionais da área", diz o relatório, referindo-se a mais de uma centena de ações na Justiça movidas por fiéis contra o jornal. Até agora, houve 74 sentenças, todas favoráveis à Folha. Em 13 casos, os juízes condenaram os autores por litigância de má-fé -quando se faz uso indevido da Justiça.
A Folha telefonou para a assessoria jurídica da Igreja Universal em São Paulo, que solicitou um e-mail com as perguntas. Até a conclusão desta edição, não havia resposta.
A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, formada por 18 instituições, como a Federação Israelita do Rio e a Congregação Espírita Umbandista do Brasil, pediu para a ONU fazer o seu próprio diagnóstico sobre as denúncias.
"Não estamos perseguindo ninguém, mas mostrando que a democracia corre risco. Estamos sendo demonizados em programas de rádio e TV", afirma Ivanir dos Santos, presidente da comissão.
Segundo Ronaldo de Almeida, antropólogo da Unicamp, a Igreja Universal cresce combatendo outras religiões. Autor do livro "A Igreja Universal e seus Demônios", ele defende que a igreja fortalece seu discurso a partir da relação que estabelece entre religiões afro e problemas financeiros ou na família. "Seu discurso fica mais forte se demonizar os outros. Há, de fato, uma intolerância religiosa", explica Almeida.
O uso da mídia por grupos dentro da Igreja Universal é destacada por Ricardo Mariano, doutor em sociologia pela USP. Para Mariano, os veículos são utilizados para atacar outras religiões. O sociólogo discorda, porém, do viés racista apontado pelo relatório. Segundo o professor, a atitude adotada pela Igreja Universal é motivada por questões estritamente religiosas.
O subsecretário de Políticas para Comunidades Tradicionais da Secretaria de Igualdade Racial, Alexandro Reis, diz que o Plano Nacional contra a Intolerância Religiosa será apresentado em janeiro de 2010.
Fonte: Folha de São Paulo
domingo, 21 de junho de 2009
Pai de santo vai processar invasor de Centro Espírita por calúnia e difamação
O policial militar Henrique Sátiro, conhecido com o pai Henrique do Oxossi, vai processar Afonso Henrique, o jovem que postou um vídeo no youtube afirmando que todos os pais de santo são homossexuais e que os pliciais militares são corruptos, por calúnia e difamação. Pelo menos, mais cinco sacerdotes já procuraram a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa para saber como proceder nos processos.
Henrique do Oxossi assegura que não tem preconceito com homossexuais, mas que por ser um pai de família e ter uma filha pequena (já iniciada no culto) precisa dar uma satisfação a seus filhos. “Não vou ficar deixando esses fanáticos falarem o que bem entendem da minha religião sem fazer nada. Ele afrontou toda comunidade religiosa e as instituições. Sou um sacerdote de orixá, tenho orgulho de minha religião. Minha mãe de santo é uma senhora de quase 70 anos, não merece ouvir uma coisa dessas. Já procurei meus advogados e espero que mais sacerdotes tomem a mesma atitude”, desabafou.
Apoio – A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa está recebendo apoio de grupos religiosos de diversos pontos do Brasil, depois da denúncia do vídeo que afronta religiosos e instituições no youtube. A indignação é a tônica das mensagens, que estão chegando as centenas. Muitas já confirmando presença na Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, em 20 de setembro de 2009, na praia de Copacabana.
Polícia Civil – O delegado Henrique Pessoa está indo agora à tarde na Delegacia de Repressão a Crimes da Internet (DRCI) procedera instauração do inquérito policial. O pedido de prisão de Afonso Henrique já está sendo analisado e dependendo do entendimento do titular da DRCI. A expectativa é que a prisão temporária aconteça até o início da próxima semana.
sábado, 20 de junho de 2009
Justiça manda prender pastor e jovem que atacaram umbandistas
s primeiras prisões no país por crime de intolerância religiosa ocorreram no Rio. Afonso Henrique Alves Lobato, de 26 anos, e Tupirani da Hora Lores, de 43, membro e pastor, respectivamente, da Igreja Geração Jesus Cristo, localizada no Morro do Pinto, Zona Portuária do Rio, foram presos nesta sexta-feira por policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). A juíza Maria Elisa Peixoto Lubanco, da 20 Vara Criminal, decretou a prisão preventiva dos dois acusados ( assista às imagens da prisão ) .
Tupirani e Afonso Henrique vão responder pelos crimes de intolerância religiosa, injúria qualificada e incitação ao crime. Segundo a delegada Helen Sardenberg, da DRCI, o artigo 20 da lei 7.437, de 1985 - mais conhecida como Lei Caó, que cria sanções para o preconceito contra raça, cor e religião. O crime tem uma pena prevista que vai de dois a cinco anos de prisão. O delito é inafiançável, ou seja, o acusado tem de aguardar o julgamento na prisão ( assista ao vídeo em que o pastor Tupirani defende Afonso Lobato ).
Em março deste ano, com o consentimento do pastor Tupirani, Afonso Henrique divulgou na internet um vídeo em que faz ofensas às religiões afro-brasileiras, às polícias Civil e Militar e à imprensa. No mesmo vídeo, Afonso Henrique diz que todo pai-de-santo é homossexual. O jovem e outros três seguidores da Igreja Geração Jesus Cristo invadiram e depredaram, em junho do ano passado, o Centro Espírita Cruz de Oxalá, no Catete. Os quatro foram presos e condenados a pagar cestas básicas.
Em entrevista ao EXTRA, o pastor Tupirani apoiou a iniciativa de Afonso Henrique em divulgar o vídeo, alegando que o jovem tinha direito à liberdade de expressão. O pastor também postou um vídeo na internet dizendo-se contrário às leis dos homens e desafiando as polícias e as Forças Armadas.
Fonte: http://extra.globo.com
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Câmara proporá isenção de IPTU para terreiros em Teresina
Roupas brancas, tambores e cantoria. A Câmara dos Vereadores de Teresina, virou um centro de umbanda nesta sexta (19) por conta da audiência pública solicitada pela vereadora Rosário Bezerra (PT). Na ocasião a parlamentar afirmou que proporá à Casa a isenção de IPTU para os terreiros, assim como ocorre com os templos católicos.
A vereadora anunciou ainda que solicitará aposentadoria dos seguidores de religiões de matriz africana junto ao INSS além de políticas de saúde e habitação.
Para a mãe-de-santo, Ester de Iansã (foto), cujo nome de nascimento é Maria do Desterro Alves de Sena, esta reivindicação é antiga. “Além desta isenção, estamos pedindo para acabar com descriminação aos terreiros. Queremos ter lugar para nos encontrar e reunir com os frequentadores”, descreve a ialorixá que tem seu centro no conjunto Dirceu. Segundo ela há pelo menos uma centena de terreiros na região.
Ao subir na tribuna, Ester afirmou que há praticantes de religiões de matriz africana em todos os campos da sociedade. “Nós somos gente do bem. Existem médicos, advogados, hoje a umbanda tem outra cara”, afirma.
Alcir Marcos, da Coordenadoria dos Direitos Humanos, já existe em Teresina um trabaho de combate à intolerância religiosa. “Existe muito preconceito (para com as religiões africanas). Os frequentadores são considerados macumbeiros e isso virou estigma negativo”, segundo Marcos, foi realizado um mapeamento que apontou mais de 300 terreiros de umbanda ou candomblé em Teresina. “É curioso o Piauí ser um estado católico e ter mais terreiros que Igrejas”, analisa. Para ele, os terreiros apresentam um patrimônio cultural muito grande e são a memória de um povo.
Fonte: http://www.cidadeverde.com
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Exposição “Caminho pelos Orixás” no Espaço Dafne
A abertura da exposição “Caminho pelos Orixás”, da artista plástica Rosalina Fernandes, será no dia 20 de junho (sábado), às 20h, no Espaço Dafne. A exposição fica aberta para visitantes do dia 21 até o dia 29 de junho, das 15h às 19h. Para saber mais da obra da artista segue o endereço: http://www.flickr.com/photos/rosalinafernandes/
A exposição conta com 2 quadros de 120 cm x 70cm, 12 de 150cm x 90cm e 2 painéis: um de quase 5 metros e outro de aproximadamente 3 metros, todos acrílico sobre tela, produzidos em um pouco mais de dois meses.
Rosalina leva para sua obra referências próprias: corpos definidos e fortes, característica da sua formação acadêmica como educadora física. “Fui atleta e carrego a preocupação de ter e manter o corpo saudável. Passo isso para os meus alunos e agora, através da minha arte. A plástica dos corpos é muito importante para mim. Aproveitei que os Orixás carregam as características de guerreiros e caçadores e os concebi fortes e vigorosos”, afirma a artista. Essa característica também aparece na primeira fase, mais acadêmica, nos quadros em que ela retrata os atletas em ação.
Outra marca bastante forte na pintura de Rosalina são os rostos andróginos que ela escolheu para caracterizar seus Orixás. “Tanto os masculinos quanto os femininos estão com os rostos muito parecidos. Apenas os semblantes, muito sutilmente, transmitem impressões levemente diferenciadas”, explica o professor Paolo. A androgenia é comum nas obras religiosas da tradição judaico-cristã – os anjos são um bom exemplo dessa mescla entre o feminino e o masculino.
Sobre a autora
Rosalina teve suas primeiras aulas de arte em Itararé (interior de São Paulo) com uma freira. Nos últimos dois anos, a artista é presença assídua do atelier Casa e Jardim, localizado no Campo Belo, do artista Paolo Quaglio.
No final de 2008, um pai-de-santo encomendou uma série de telas dos orixás africanos para decorar seu novo espaço. Sem nenhuma intimidade com o tema, Rosalina pesquisou referências e compôs seu desenho. Durante a produção desses Orixás, a artista sentiu que as pinceladas fluíam, que a combinação de cores acontecia naturalmente, e os traços, até então considerados acadêmicos, ganhavam movimento e personalidade. Em pouco tempo, toda obra estava pronta.
A partir daí, novas encomendas começaram a surgir, e a artista decidiu fazer uma exposição com os orixás africanos. Assim, o “Caminho pelos Orixás” é mais do que uma exposição de arte. É o seu florescer como artista.
Fonte: http://catracalivre.folha.uol.com.br
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Acusada de matar menino em ritual de magia negra não pode deixar o país
O TJ-GO (Tribunal de Justiça de Goiás) negou, por maioria de votos, o pedido de habeas corpus movido pela esteticista Elsa Soares da Silva, condenada a 18 anos de prisão, acusada de assassinar Michael Mendes, de 4 anos, em um ritual de magia negra.
O crime ocorreu em 8 de abril de 1989, dentro do terreiro de candomblé Axê Ilê Oxalufâ, situado no Setor Rio Formoso. Junto com Elsa, foi acusado o pai-de-santo Willian Domingos da Silva, julgados por homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, com uso de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Outros dois acusados, o mestre de candomblé Alexandre dos Santos Silva Neto e a faxineira Eva dos Santos Marinho, morreram durante o julgamento.
Segundo a sentença de condenação, proferida pela juíza Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira, a esteticista poderia recorrer em liberdade, mas não poderia deixar o Brasil. No recurso impetrado, Elsa alegou que a proibição não tem fundamento e afronta o princípio constitucional da não-culpabilidade.
Entretanto, para o juiz substituto do caso, Carlos Alberto França, garantiu que a sentença e a proibição foram embasadas na legislação, que admite a concessão de liberdade provisória em determinadas hipóteses, desde que o acusado cumpra algumas condições —entre elas, não se ausentar por mais de oito dias de sua residência sem comunicar à autoridade processante o novo endereço.
De acordo com o juiz, a condição se aplica “com muito mais razão à proibição de ausentar-se do país, principalmente quando a condenada comprovar possuir residência e trabalho fora do Brasil”, justificando assim a imposição da “restrição para garantir o cumprimento da lei penal”, no caso de ação já concluída.
Entenda o caso
Decepcionada com sua vida amorosa, uma vez que seu companheiro a deixou por um homem, Elsa Soares da Silva recorreu ao pai-de-santo em busca de um ritual de magia negra que pudesse desfazer o novo relacionamento dele.
Para resolver os problemas amorosos relatados, Willian coordenaria o cerimonial, no qual uma criança teria que ser usada. O garoto Michael Mendes foi então raptado, o amordaçado e passou por um ritual que envolveu, entre outras crueldades, espancamento, retirada de três dentes, amputação de todos os dedos das mãos para, ao final, ser decapitado.
Apesar da tentativa de ocultação do cadáver, o corpo do menino foi encontrado 20 dias depois do fato, semi-enterrado, com a barriga para baixo e a cabeça virada para cima.
Ao lado do corpo havia sete copos descartáveis brancos, um pente de cabo vermelho, plástico de buquê de flores, fitas vermelhas, velas amarelas e vermelhas, cigarrilhas, talco, pingas, cerveja, vinho jurubeba, champanhe, uma caixa de papelão e um vidro de esmalte que tinha escrito, em seu rótulo, a palavra "pomba-gira", que segundo a promotoria significa uma entidade espiritual que exige sangue humano.
Fonte: http://ultimainstancia.uol.com.br
terça-feira, 19 de maio de 2009
Terreiros de Salvador têm destino incerto
A regularização fundiária dos terreiros de candomblé e umbanda existentes em Salvador segue em polêmica. Governo, vereadores da oposição e associações que reúnem comunidade de povos tradicionais, inclusive templos de matriz religiosa africana, como a Associação Cultural de Preservação do Patrimônio (Acbantu), discordam da redação da emenda à Lei Orgânica do Município (nº 01/09) que incluiu outras denominações religiosas como aptas a receber o benefício.
O texto em debate altera o art. 14 da Lei Orgânica, que, no inciso 3º da proposta, diz: “Na hipótese de fração ideal dos terrenos ou bens imóveis construídos e efetivamente utilizados como locais de quaisquer cultos religiosos, a concessão de direito real de uso, considerada como regularização fundiária de interesse social, será outorgada de forma gratuita, dispensada a autorização legislativa e licitação, observando-se em relação às religiões de matrizes africanas, o que dispõe a Lei Municipal 7.216, de 16 de janeiro de 2007, que trata da preservação do patrimônio histórico e cultural de origem africana e afro-brasileira no município de Salvador”.
Para o vereador Gilmar Santiago (PT-BA), esta redação, ao mesmo tempo que inclui outros grupos religiosos, discrimina os de matrizes africanas por exigir que eles se adequem ao que determina uma outra legislação. “Por que as demais religiões pegaram carona nesse projeto? E por que só os terreiros de candomblé precisam se adequar a uma determinada lei e os outros não? Isso, para mim, é tendencioso e discriminatório”, acusa.
Mapeamento – A tentativa de regularizar os terreiros de candomblé e umbanda, que sofrem com a especulação imobiliária diminuindo seus espaços, ganhou novo fôlego com a realização do levantamento denominado Mapeamento dos Terreiros.
As conclusões do estudo, coordenado pelo doutor em antropologia Jocélio Teles, foram divulgadas em maio de 2007, quando Santiago era o titular da Secretaria Municipal da Reparação (Semur). O estudo catalogou 1.165 terreiros na cidade, além de ter reunido informações como o perfil dos sacerdotes e a situação das propriedades.
As questões relacionadas à regularização fundiária ganharam contornos de urgência em fevereiro do ano passado. Prepostos da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) demoliram, parcialmente, o terreiro Oyá Unipó Neto, localizado no Imbuí, o que abriu uma crise no governo municipal, inclusive com a exoneração da então superintendente da Sucom, Kátia Carmelo.
No último dia 29, por meio da mensagem nº 9, o Executivo enviou a proposta de emenda à Câmara, esperada desde o ano passado, mas já com a inclusão do texto que estende o benefício a todas as religiões.
A atual titular da Semur, a advogada Maria Alice Pereira, não concorda com a interpretação do vereador. “Esta proposta de regularização fundiária já rendeu muitos capítulos. Ela deve ser examinada sem emoção, mas à luz do direito”, diz Maria Alice.
De acordo com ela, a Lei 7.216/2007 surgiu com o objetivo de garantir a preservação do patrimônio histórico e cultural de origem africana e afro-brasileira em Salvador, categoria na qual os terreiros estão inseridos. “A lei foi publicada na época em que o hoje vereador Gilmar Santiago era secretário da Reparação”, aponta Maria Alice.
Tombamento – Em seu art. 2º e respectivos incisos, a lei considera patrimônio histórico e cultural do município as manifestações que tenham a ver com a identidade, ação, modo de vida ou memória dos povos africanos e afro-brasileiros, inclusive nas formas de expressão e celebração. “Um ato litúrgico é uma celebração”, aponta ela.
A lei também cria mecanismos legais e mais flexíveis para o tombamento e registro de bens móveis e imóveis de origem africana ou afro-brasileira, na avaliação da secretária. “O inciso 3º do Art. 14 da Proposta de Emenda à Lei Orgânica realmente prevê benefícios para todas as religiões, mas, diante das peculiaridades das religiões afro-brasileiras, prevê para elas os benefícios que estão assegurados na Lei 7.216”, diz Maria Alice.
De acordo com ela, com estes benefícios, será possível comprovar a importância histórico-cultural e o tombamento por meio de fotografias, cartas, certidões e outros documentos. “A Lei de Patrimônio amplia direitos em virtude das peculiaridades dos terreiros, então, para mim, salvo melhor juízo, há equívoco do vereador”, diz.
Além disso, de acordo com a secretária, o projeto reconhece o direito dos terreiros, mas também o caráter laico do Estado. “O projeto prevê determinados benefícios para todas as religiões. O Estado é laico, mas tem o dever constitucional de garantir o pleno exercício dos direitos culturais, apoiando e incentivando a valorização das manifestações culturais”, concluiu.
Recuo – Presidente da Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (Acbantu), Tata Raimundo Konmmannanjy considera que a redação do texto do jeito como se encontra é uma quebra do compromisso do prefeito João Henrique com o povo-de-santo.
Segundo Konmmannanjy, o prefeito recuou do que havia prometido diante da polêmica envolvendo a demolição do terreiro Oyá Unipó Neto. “Para o nosso povo, palavra tem valor, e por isso a gente não precisa de nada escrito. Mas no mundo de cá, é diferente. Então se ele deu a palavra, a meu ver, se comprometeu e agora recuou. Isto é intolerância ao candomblé”, diz.
Para a vereadora Olívia Santana, a redação do texto é um desvirtuamento. “Foi o candomblé que até 1976 tinha de pedir autorização do Estado, via Delegacia de Jogos e Costumes, para realizar seus ritos. As outras religiões, não. Os terreiros vão continuar lutando para garantir seus terrenos, mesmo em áreas afastadas dos centros, enquanto outras denominações religiosas, já em áreas consideradas nobres, vão garantir esta propriedade sem nenhum esforço”, completa.
Fonte: http://www.atarde.com.br
domingo, 10 de maio de 2009
Mãe branca de Yemanjá
SANTA CRUZ DA SERRA, RJ - De Gisèle Cossard Binon, cidadã francesa, mulher de diplomata, herdeira de uma mansão no Parc des Sceaux, nos arredores de Paris, branca de olhos azuis, nasceu Omindarewá, mãe-de-santo, dona de terreiro e moradora da Baixada Fluminense. A concepção dessa nova e inusitada persona talvez remonte aos ecos de sua infância no Marrocos, onde nasceu e viveu até um ano e meio de idade. Ou pode ter sido gestada durante sua passagem pela África, onde morou oito anos com os dois filhos e o marido, funcionário do serviço exterior francês. Quando a "outra" finalmente veio à luz, numa viagem ao Brasil, Gisèle a manteve escondida da própria família e dos colegas da fina flor da sociedade franco-carioca. Assim subsistiu por mais de uma década, até sua possessão irrefreável e definitiva.
A trajetória da socialite francesa que virou autoridade do candomblé daria um filme. E deu. O documentário, dirigido por Clarice Ehlers Peixoto, professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), foi produzido com o apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa (Faperj) e será lançado em setembro no âmbito das comemorações do Ano da França no Brasil. "O que mais me impressionou foi a ruptura que ela fez com o mundo burguês e intelectual para ir viver em Santa Cruz da Serra, na Baixada Fluminense, no meio de gente simples e de pouca instrução", conta Clarice.
Aos 86 anos, Omindarewá ou Gisèle Francesa, como é conhecida pela vizinhança da cidade à beira da estrada Rio-Petrópolis, comanda um arborizado terreiro, decorado "com gosto francês", na definição da diretora do filme: móveis rústicos, luminárias de garrafões de vidro cortados, esculturas e máscaras africanas. Um mobiliário coletado ao longo de uma existência aventurosa, orientada, como Gisèle diz logo no início do documentário, por um "desejo ardente de evasão para uma outra vida, não-conformista".
Filha de pai professor e mãe pianista, ela cresceu em Paris entre aulas de violoncelo e balé, mas sem grande entusiasmo pelo savoir-vivre francês. "Só tinha olhos para as brincadeiras, as pessoas e a vida lá fora." Esse desejo de evasão esteve presente desde sempre: "Meus pais falavam muito do tempo que vivemos no Marrocos como uma época encantada. Então, fiquei com essa lembrança sem ter." Essa rebeldia difusa iria encontrar uma causa durante a 2ª Guerra Mundial e o jugo nazista sobre a França.
A família toda se engajou na Resistência e Gisèle, vinte e poucos anos, cruzava as ruas de Paris de bicicleta, com mapas sobre as posições alemãs escondidos em um fundo falso na sola do tamanco. Foi nessa época que conheceu o jovem professor de geografia com o qual se casaria em 1945. Nos dois anos seguintes, Jean Binon deu-lhe dois filhos, Bertrand e Claude, e, em seguida, recrutado pelo Ministério das Relações Exteriores, realizou-lhe o sonho de morar na África - pesadelo de nove em cada dez mulheres de diplomatas brasileiros. Em 1949, a família se mudava para a República dos Camarões para tocar um projeto de educação na então colônia francesa. Três anos depois iriam para o Chade, onde viveriam mais cinco.
"Eu estava felicíssima, caçava, nadava no Rio Chari e tentava entender aquela realidade tão diversa", lembra Gisèle, que logo perceberia, no entanto, que brancos e negros viviam em mundos separados. E os primeiros se julgavam superiores e não faziam nenhum esforço para compreender a mentalidade africana. Se o calor não incomodava o casal Binon, a temperatura política começava a escalada que culminaria nas guerras coloniais de libertação. A sensação se confirmou durante a viagem de Land Rover que o casal fez pelo continente em 1956. Com Gisèle ao volante e cuidando da mecânica -- "meu marido não era nada prrrático", diz, com o sotaque que nunca perdeu - percorreram 14 mil quilômetros de estradas precárias, cruzando países como o Congo, Uganda e Quênia. Na volta, decidiram "ir embora antes de levar um pontapé".
O intervalo em Paris não duraria mais que dois anos, até que Jean Binon fosse nomeado conselheiro cultural da Embaixada da França no Rio de Janeiro, em 1959. Gisèle chegou ao porto do Rio numa Quarta-Feira de Cinzas. "Uma sujeira, gente dormindo na rua com as fantasias rasgadas e a maquiagem derretendo, aquilo me impressionou muito mal", lembra. Começou uma vida entediante, feita de recepções e canapés, que viraria de cabeça para baixo ao conhecer Abdias Nascimento, dramaturgo, poeta e ativista negro que a iniciou na cultura dos morros e subúrbios cariocas.
Foi numa dessas ocasiões, durante uma festa de candomblé no terreiro de Joãozinho da Goméia, em Caxias, que outra pessoa surgiu de dentro de Gisèle. Sob as batidas hipnotizantes dos atabaques, ela sentiu um vazio no estômago que lhe tomou os sentidos e a derrubou no chão. A francesa havia "bolado no santo", no dizer dos adeptos da religião afro-brasileira: Yemanjá "tomou sua cabeça" para dizer que a havia escolhido, conforme explicou Joãozinho da Goméia. "No início, tentei resistir. Disse a ele que minha família não sabia de nada e não podia deixar minhas obrigações na embaixada. Mas nos dias seguintes fui sentindo tonteiras, e virou uma coisa que eu não podia mais evitar."
Em outubro de 1960, a "embaixatriz", como o pai-de-santo a chamava, aproveitou uma viagem de Jean Binon a Paris para "fazer a cabeça", sua iniciação, na casa de Goméia. "Disse a ele que não poderia raspar o cabelo todo para ninguém perceber. Só aqui em cima, onde coloquei um coque postiço", ri. "Eu tinha duas vidas, a de mulher de diplomata e a de filha de santo." O marido, obcecado com a carreira, nem notou. Enquanto isso, madame aprendia a depenar galinha, pegar lenha e matar "bicho de quatro pés". Mas não seria tão cedo que ela iria incorporar sua nova personalidade.
Em 1962, a administração francesa chamou seu funcionário de volta e a família retornou a Paris. Os filhos já estavam criados e Jean e Gisèle, compreensivelmente, tinham virado dois estranhos. Veio a separação. Mais dolorosa para Gisèle, porém, era a saudade dos terreiros. Decidiu estudar o assunto na faculdade: "Era uma maneira de me manter ligada ao candomblé, para não afundar."
Sem sequer conhecê-lo, marcou um encontro com o sociólogo Roger Bastide, que havia feito parte da missão francesa trazida ao Brasil em 1938 para a fundação da Universidade de São Paulo, ao lado de Claude Lévi-Strauss e Fernand Braudel. Bastide era autor de um estudo clássico, O Candomblé da Bahia. Gisèle pediu que ele a orientasse e desembestou a falar sobre sua experiência. O professor a interrompeu: "Minha senhora, escreve, escreve, que já está sabendo mais do que eu."
Em 1970, Gisèle defendia tese de doutorado em antropologia na Sorbonne, intitulada Candomblé Angola (publicada no Brasil em 2006 pela editora Pallas, em versão ampliada, com o título Awô: O Mistério dos Orixás). Fez amizade com o fotógrafo e etnógrafo Pierre Verger, que também desembarcara na Bahia, em 1946, para documentar as religiões afro-brasileiras. Mas, como não queria voltar ao País com uma mão na frente e outra atrás, prestou concurso e esperou até 1972 para conseguir um posto no Rio.
Quando finalmente voltou ao Brasil, como conselheira pedagógica do serviço cultural francês, Joãozinho da Goméia já havia morrido e ela dificilmente seria aceita por outro babalorixá. A oportunidade viria pelas mãos de seu amigo Pierre Verger, que se hospedou no apartamento de Gisèle na Lagoa com o pai-de-santo baiano Balbino Daniel de Paula, sobre quem o fotógrafo fazia um filme. Um acidente, porém, se interporia no caminho.
No dia 8 de dezembro de 1973, no meio de uma tempestade, o carro de Gisèle rodou numa curva da Rodovia Washington Luís. Ela feriu a cabeça, teve cinco costelas quebradas e sofreu perfuração do pulmão. Balbino se prontificou a ajudá-la. Gisèle convalescia havia 11 dias sem sair da cama, na casa que acabara de comprar em Santa Cruz da Serra, quando o pai-de-santo trouxe oferendas para o orixá da amiga. "Então, ele soltou fumaça de charuto no meu rosto e a minha Yemanjá veio. Eu levantei, dancei e ele se encantou." Pai Balbino completou a formação de Omindarewá - que quer dizer "água límpida" - e ela passou a se dedicar exclusivamente aos orixás depois que se aposentou do serviço público francês, em 1980.
Hoje, em seu terreiro que tem mais de três décadas, ela diz não sentir banzo de sua França natal. "Só dos queijos", ressalva - que troca sem susto pelo xinxim de galinha e o caldo de siri favoritos. Se deixou dois varões em Paris, ganhou os mais de 250 filhos-de-santo que já iniciou. E, embora valorize a cultura europeia e a formação intelectual que recebeu, acha tolice compará-las ao universo mágico afro-brasileiro: "Os negros viviam das folhas, observando os passarinhos, sabiam se ia chover pelo frêmito da maré. São dois pesos que não se devem colocar na mesma balança." Roger Bastide, Pierre Verger, Claude Lévi-Strauss... por que tantos de seus conterrâneos interessados nesse universo? "É uma característica do espírito francês, não só de intelectuais", analisa a doutora do candomblé: "Sempre procuramos um outro jeito de ver o mundo."
Em 30 anos, a mãe-de-santo viu sua pátria adotiva se transformar. Depois de sofrer dois assaltos à mão armada no terreiro - em um dos quais seu filho Claude, que estava de visita, levou uma coronhada e teve o tímpano perfurado - , concluiu que a violência é hoje o grande demônio brasileiro. "Eu vi tudo piorar", diz ela. "Era tão bonito antes, tão agradável..." E o futuro, infelizmente, não está nos búzios de Omindarewá.
Fonte: Estadão
sábado, 25 de abril de 2009
Espaços religiosos pagam o IPTU, mas deveriam ter imunidade tributária
Enquanto a situação fundiária dos terreiros de candomblé da capital baiana permanece indefinida, os espaços sagrados dedicados às religiões de matriz africana seguem sem poder usufruir de benefícios, como os concedidos pela Constituição Federal do Brasil, que garante imunidade tributária para os templos religiosos.
Para Nanci Minaim, mãe Nanci, ialorixá do terreiro Ilê Axé Cagê Obaominaim e dirigente espiritual do Centro de Angola Mensageiro da Luz, localizados no mesmo espaço, na Federação, a legalização do espaço seria de muita valia, especialmente para poder usufruir da prerrogativa legal que isenta os templos religiosos de pagar o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).
Ela conta que o terreiro foi fundado em 1968 pela mãe dela, Vitória de Malacutala, falecida há três anos. Desde 1971, é registrado na Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro (Fenacab). Ela acrescenta que o terreiro possui ainda um alvará de permissão, é cadastrado no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e possui registro na Secretaria da Segurança Pública (SSP). “Isso porque éramos alvo de agressões de pessoas contrárias à prática do candomblé”, explica ela, sobre o registro na SSP.
Mãe Nanci garante que agora a luta dela será para garantir a isenção do IPTU. “Vou correr atrás, lutar para que aconteça, porque é um direito que nós temos”, defende a religiosa.
A ialorixá lamenta que projetos como o que foi anunciado não tenham andamento nem tragam consequências práticas para a realidade do povo-de-santo. “Só vejo as propostas, e nada acontece. Tem de haver uma solução para que as coisas aconteçam de fato. Precisamos de respeito”, desabafa. O terreiro dela, diz, está erguido em terra de rendeiros. “Com a regularização, teríamos a certeza de que permaneceríamos com o tempo. Querem que o povo-de-santo se desiluda e desista, por isso precisamos de mais integração da nossa comunidade”, acrescenta mãe Nanci.
Vale da Muriçoca – Assim como o Ilê Axé Cagê Obaominaim, o terreiro Iba Obaluaei – Ilê Axé Iba Ogum, no Vale da Muriçoca, não é tombado. E também paga tributos dos quais poderia ser imune, caso a situação fundiária fosse resolvida. O ogã Raimundo Carlos Silva da Conceição, um dos responsáveis pelo terreiro desde que o babalorixá morreu, há sete anos, explica que a burocracia fez com que desistissem de lutar por seus direitos. “Não temos nenhum privilégio e estamos levando da maneira que dá. Por enquanto, não faremos nada”, informou o ogã.
Fonte: http://www.atarde.com.br
Vereador Gilmar Santiago diz que projeto para terreiros "desapareceu"
Um projeto de lei que beneficia as religiões de matriz africana de Salvador, promovendo a regularização fundiária dos terreiros de candomblé na cidade, está parado há um ano. A proposta beneficiaria aproximadamente 480 espaços sagrados, e teria sido enviado pelo Poder Executivo municipal à Câmara de Vereadores em abril do ano passado. Desde então, contudo, não há registro de tramitação nem comprovação que, de fato, a peça chegou a ser protocolada na Casa, segundo o vereador Gilmar Santiago (PT), para quem o projeto está “desaparecido”.
O projeto, de emenda à Lei Orgânica do Município previa, a alteração da redação do Art. 14, o que viabilizaria a regularização fundiária dos espaços de cultos religiosos de matrizes africanas. “No dia 6 de abril do ano passado saiu matéria na capa do Diário Oficial do Município anunciando o envio do projeto. Mas, não há registro na Câmara. Não consigo localizar o projeto lá. Isso é muito estranho”, instiga o vereador Santiago, hoje na oposição, mas que, à época, era secretário de Governo da gestão de João Henrique.
“É preciso apurar se não foi mandado, o que acho difícil, porque foi anunciado. Ou se sumiu depois que entrou na Câmara”, sugere Santiago, que promete cobrar uma solução para o caso. Titular da Secretaria da Reparação (Semur), Maria Alice da Silva, e a assessoria do prefeito João Henrique foram procurados na sexta-feira pela reportagem. Após oito horas, o assessor informou que o número do protocolo não foi localizado. Os assessores voltaram a ser procurados por telefone ontem, mas os celulares estavam desativados.
O presidente da Câmara Municipal, Alan Sanches, disse desconhecer o destino do projeto e, mesmo sem saber se de fato foi dada a entrada na Casa Legislativa, concorda que é preciso haver mais rigor nesse controle. "Até junho vamos implantar o protocolo eletrônico, que permitirá que os eleitores acompanhem pela internet o andamento dos projetos", antecipa o vereador, que ocupa a presidência há pouco mais de dois meses.
ONIPÓ NETO – E a polêmica não para por aí. Outro projeto, para regularizar a situação do Terreiro Oyá Onipó Neto (Av. Jorge Amado), que foi destruído numa desastrada ação da prefeitura, em fevereiro do ano passado, está com a tramitação parada e recebeu parecer negativo da Comissão de Constituição e Justiça. demolição do templo religioso e de objetos de culto teve grande repercussão na mídia e acendeu polêmica sobre intolerância religiosa no Executivo municipal. Após muitos atritos, os ânimos foram apaziguados num gesto público do prefeito João Henrique, que, na presença de vários representantes do candomblé e da imprensa, anunciou o envio dos dois projetos para a Câmara com pedidos de tramitação em regime de urgência.
A despeito de boatos que circularam de que a responsável pelo terreiro, Rosalice do Amor Divino, Mãe Rosa, havia recebido indenização pela derrubada, ela garante ainda não ter sido ressarcida pelos prejuízos materiais. “Só reconstruíram a casa. As imagens e objetos de culto quebrados nunca foram repostos”, lamenta a religiosa.
Ela, contudo, não perde as esperanças. “O prefeito nos deve isso, porque é nosso patrimônio cultural, nossa cultura, nossa raiz. É ter paciência para esperar”, desabafa Mãe Rosa, que afirma ter ido, há duas semanas, à Semur na tentativa de viabilizar uma audiência com o prefeito.
Ela tem apoio dos religiosos de matriz africana, que estiveram reunidos, semana passada, na II Conferência da Igualdade Racial do Município. “O prefeito não tem o menor respeito pelo povo-de-santo. Foi tudo um jogo-de-cena para apaziguar o desgaste após o ato de intolerância religiosa. Até hoje não houve qualquer avanço”, alfineta Marcos Rezende, coordenador-geral do Coletivo de Entidades Negras (Conbrasil) e ogã do Terreiro Ilê Axé Oxumaré. No evento, observa ele, foi criada uma Comissão de Religiões de Matriz Africana, com o objetivo de acompanhar a tramitação dos dois projetos.
Fonte: http://www.atarde.com.br
Monumento a Yemanjá é alvo de vandalismo em Jacaraípe
O Monumento a Yemanjá, localizado na praia de Jacaraípe, na Serra, vem sofrendo com a ação de vandalismo ao longo dos anos. Mas desde fevereiro de 2009, a violência se intensificou e o local é alvo de moradores de rua. As portas estão quebradas e as imagens destruídas.
De acordo com o presidente da União Espírita Capixaba (Unescap), Orlando Santos, o monumento foi construído em 1977 pela Prefeitura da Serra e serve para eventos da umbanda e do candomblé, além de receber visitas de devotos de Yemanjá.
"Nós ganhamos esse espaço há mais de 30 anos da prefeitura. Mas há muito tempo estamos sofrendo com o vandalismo por aqui. Em 2009 isso se tornou insuportável", desabafou.
Orlando Santos informou que todo ano é realizada uma festa no local, sempre no dia 2 de fevereiro. Este ano, os visitantes chegaram ao local para organizarem os preparativos da festa e se depararam com o monumento todo sujo e quebrado. No local também havia moradores de rua que se negaram a sair de lá.
"Foi preciso a ajuda da Polícia Militar para tirar eles de lá. Mas eles saíram ameaçando voltar para quebrar tudo novamente. Foi dito e feito", explicou.
O presidente da Unescap afirmou que o monumento já está todo quebrado novamente e que a entidade não sabe mais o que fazer. "Nós já não temos mais a quem recorrer. Enviamos um ofício à prefeitura há mais de um mês, e eles informaram que 'aquilo' não é responsabilidade deles. Estamos sem ter o que fazer", finalizou.
No local, o telhado está arrebentado, além de muita sujeira, fezes e urina.
A Prefeitura da Serra foi procurada para falar sobre o que pode ser feito para revitalizar o local, mas ainda não se posicionou sobre o assunto.
Fonte: http://gazetaonline.globo.com
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Comissão pedirá ao Ministério Público proteção para mãe-de-santo agredida em Niterói
A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa vai encaminhar hoje ao Ministério Público o caso da mãe-de-santo Adriana de Holanda, de 34 anos. Moradora de São Domingos, bairro de classe média de Niterói, ela tem recebido ameaças constantes dos vizinhos por causa dos cultos religiosos que acontecem em sua casa, sempre às segunda-feiras.
- Já perdi as contas de quantas vezes a polícia bateu aqui. Venho sendo perseguida há cerca de um ano - conta Adriana, que trabalha como psicóloga na Fundação Oswaldo Cruz.
Segundo ela, no início, as agressões eram verbais. A vizinha reclamava quando Adriana acendia velas ou fazia limpeza espiritual em casa usando um defumador.
- Me chamavam de macumbeira. Eu nunca respondi, porque sempre quis ficar longe de confusão - diz Mãe Adriana de Iansã.
Mas, em fevereiro, a intolerância religiosa ficou mais séria e o cunhado de uma vizinha tentou agredi-la a tapas.
- A sorte é que meu marido estava perto e me defendeu. Depois, o rapaz ainda tentou pegar uma barra de ferro para me bater. Passei por momentos terríveis - lembra Adriana.
O caso foi parar na delegacia. Como os cultos continuaram, a vizinha resolveu fazer buraco no muro e colocar caixa de som com música alta.
- Ninguém consegue se concentrar desse jeito - reclama Adriana.
Segundo a mãe-de-santo, os cultos se encerram às 22h. Além disso, a janela e a porta do quarto ficam trancadas durante a sessão.
Ivanir dos Santos, da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, vai pedir ao Mistério Público garantia de vida para Adriana e o marido dela, Davi:
- O rapaz que pegou a barra de ferro para bater em Adriana se vangloria de ter trabalhado como segurança. Nós tememos pela integridade física do casal.
Adriana de Holanda, 34 anos, mãe-de-santo
"Quando começaram a me xingar, não dei muita importância. Não respondia às provocações porque nós não costumamos ser agressivos com ninguém. Mas o problema se agravou. Cheguei a levar um tapa no rosto do cunhado da vizinha. Não apanhei mais naquele dia, porque o meu marido me defendeu. É claro que, hoje, vivo com medo. Temo pela minha segurança e integridade física. Só que as ameaças não vão me fazer parar. Se estou viva, de pé e trabalhando, agradeço aos santos. Não vou deixar de cumprir minha missão".
Fonte: http://extra.globo.com
Rio tem 32 terreiros de candomblé espalhados pelo Estado
Rio - O Iphan descobriu a existência de 32 terreiros de candomblé espalhados pelo Estado. O mapeamento, que reúne história das casas, fotos e depoimentos, vai virar um DVD que será lançado em maio.
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA É CRIME
Por falar nisso, a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa vai encaminhar ao Ministério Público o caso de uma mãe de santo de Nova Iguaçu que teve sua casa invadida por vizinhos. Eles a agrediram e quebraram seus objetos de culto. A religiosa teve que abandonar a cidade.
Fonte: http://odia.terra.com.br
Comunidade afro lava a escadaria da Catedral
Centenas de pessoas se uniram neste Sábado de Aleluia para assistir a tradicional cerimônia de lavagem da escadaria da Catedral Metropolitana de Campinas. Integrantes de grupos de candomblé e outras comunidades afrobrasileiras levaram jarros, flores e água de cheiro para a cerimônia que tem como objetivo, pedir aos orixás que iluminem as pessoas e façam dessa tradição um ato pela paz e união de diversas religiões. Este ano, a cerimônia completou 24 anos, e além da celebração, o ato foi dedicado a campanha do planejamento familiar. 'Todo ano além da lavagem e seu significado, nós trazemos uma mensagem especial. Em 2009 lutaremos pela estrutura familiar. As mulheres estão tendo filhos demais. E não conseguem se dedicar o suficientes a eles. Mas somos contra o aborto, por isso iremos nos dedicar ao planejamento familiar ' , explicou Mãe Dango, uma das fundadoras da cerimônia em Campinas. Ela contou que em seu terreiro de candomblé irá dar assistência e orientações para as famílias, principalmente as mulheres. 'Estamos começando com uma rede de saúde e orientação para desenvolver um planejamento familiar. E assim, estruturar melhor as famílias' , disse.
As mães e filhos de santo, capoeiristas, integrantes de grupos culturais e percussionistas cantaram, dançaram e ainda pediram pela renovação espiritual, o afastamento da tristezase pela paz e amor. Barracas vendendo comidas baianas e uma exposição das vestimentas e alimentos usados pelos orixás integraram a cerimônia, no Centro. O ritual que acontece todo ano no local foi criado pelas mães de santo Dango e Corajacy, e é parte do calendário oficial da cidade desde 1998, quando foi sancionada lei de autoria do ex-vereador e atual deputado estadual Sebastião Arcanjo (PT). 'Todos os anos conseguimos agregar mais autoridades de outras religiões. Acabei de ser abençoada por um padre da igreja católica. E atos assim procuram lutar por um mundo melhor. Sem diferenças. Todos estão aqui pelo mesmo motivo: o amor' , lembra Mãe Dango.
Fonte: http://www.cosmo.com.br
quinta-feira, 12 de março de 2009
O pai do acarajé baiano
- No início de uma refeição no Arabia, de São Paulo, um dos mais autênticos restaurantes libaneses do Brasil, o arranjador, compositor e cantor baiano Tom Zé mordeu um falafel e exclamou: "Mas isto é acarajé!" A dona e chef da casa, Leila Mohamed Youssef Kuczynski, adorou o desabafo. Já acreditava que o falafel - bolinho frito, temperado com especiarias, inventado no Oriente Médio, cuja massa ela prepara misturando fava seca e grão-de-bico - fosse o pai do acarajé baiano. Mas a espontaneidade de Tom Zé, grande apreciador do quitute típico das ruas de Salvador, avalizou sua tese. A convicção de Leila se baseia na semelhança das receitas. Em ambas, os grãos transformados em massa são previamente deixados de molho, moídos, acrescentados crus à preparação e só cozinham na fritura. A diferença do acarajé é levar feijão-fradinho.
Jamais haverá unanimidade sobre o local exato da invenção do falafel, que os árabes consomem como um dos mezzés (os variados antepastos de sua apetitosa culinária) ou na condição de lanche, dentro do pão árabe, com tomate, cebola, pepino, salsinha e tahine (pasta de gergelim). No ano passado, o presidente da Associação das Indústrias do Líbano, Fadi Abboud, provocou discussão mundial ao reivindicar para seu povo a propriedade intelectual da receita, acusando Israel, onde ela é igualmente popular, de se apropriar de uma comida típica do seu país. "Não basta roubarem nossas terras, fazem o mesmo com a nossa cozinha", disparou ele. Abboud assegurou que só o Líbano tem o direito de preparar o falafel. Os árabes continuam a ser de fato os mais conhecidos adeptos da especialidade. Mas, hoje, a questão do lugar onde ela nasceu se reduz a detalhe histórico. O bolinho feito só de fava ou de grão-de-bico, ou combinando os dois grãos, já caiu no domínio público mundial, como a pizza napolitana, o couscous marroquino e o pão de queijo mineiro.
Um grupo de historiadores gastronômicos, porém, tende a acreditar que ele veio à luz no Egito, onde o elaboram desde a época bíblica utilizando apenas fava. A população o chama de ta?miyya, exceto a da cidade de Alexandria, que o denomina falafel. Segundo Leila Kuczynski, é palavra derivada de uma raiz árabe e significa "algo temperado" ou "algo apimentado". Dali se espalhou por todo o Oriente Médio, região sem uma definição precisa de fronteiras, situada entre o nordeste da África, a Península do Sinai e parte da Ásia. Abrange, entre outros países, o Egito, Iêmen, Israel, Jordânia, Líbano, Palestina e Síria. Aliás, a respeitada enciclopédia The Oxford Companion To Food (Oxford University Press, Nova York, 1999), sublinha que os coptas, cristãos ortodoxos do Egito, reclamam a paternidade do falafel. Eles o saboreiam nos dias de jejum e abstinência religiosa de carne. Afirmam que a Igreja Ortodoxa Copta foi instalada no Egito pelo apóstolo São Marcos, em meados do século 1º, espalhando-se pela Etiópia e Eritreia, Sudão e atual território de Israel. Entretanto, outros historiadores sustentam que o falafel nasceu no Líbano, cuja população também consome bastante fava. Enfim, há ainda estudiosos que localizam seu nascimento no Iêmen, na Síria e, sobretudo, na Palestina, onde a predileção pela leguminosa é enorme. Nesse ponto, a discussão pega fogo. O Estado de Israel foi criado na Palestina, em 1948. Resta saber se o entusiasmo dos judeus pelo falafel vem dos tempos bíblicos ou isso aconteceu mais recentemente. Segundo o jornalista Jodi Kantor, em artigo publicado no The New York Times (A History of the Mideast In the Humble Chickpea, 10/7/2002), a cozinha israelense atual recebeu influência do gosto tradicional da região.
A receita do bolinho acompanhou as invasões dos árabes, inclusive as que eles empreenderam à África Ocidental, na qual estiveram centenas de vezes entre os séculos 7º e 19. Agora, encontram-se na região, entre outros países, Camarões, Daomé, Nigéria e Togo. Ali, segundo se diz, o falafel ingressou na culinária de algumas etnias, a começar pela dos iorubás. O que o nosso acarajé tem a ver com isso? Simplesmente, eram iorubás muitos contingentes de negros trazidos como escravos para a Bahia. Eles nos transmitiram o candomblé e, reforçando a dedução de Leila Kuczynski, também o filho do falafel. Com o ingrediente básico já trocado pelo feijão fradinho, chamavam-no akkrá. Até hoje é conhecido por esse nome em Camarões, conforme o livro The Essential African Cookbook (Anness Publishing, Londres, 2001), da chef e pesquisadora guiana Rosamund Grant. No Brasil, o bolinho chegou batizado de acará ou acarajé (acará, bola de fogo; jé, comer), com função sagrada no candomblé. Para o generoso e sensual rei Xangô, comandante dos trovões e da justiça, oferecem-se os maiores, enquanto os pequenos e redondos se destinam a Iansã, uma de suas mulheres, guerreira incansável, orixá dos ventos e das tempestades. Axé pelo legado precioso, bravo e sofrido povo iorubá!
Fonte: Estadão